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VILIPêNDIO LYRICS
"15 Abismos" (2001)
1. De Olhos Bem Abertos 2. Paraíso 3. Eu Defendo a Lei 4. Crime Perfeito 5. Olhos Vermelhos 6. Medo 7. A Viagem 8. Quem Vive de Juras 9. Verde e Amarelo 10. A Realidade é... 11. Tudo o Que Existe 12. Ambição 13. Homem em Fascículos 14. Destruir 15. Oração Para os Invejosos
1. De Olhos Bem Abertos
DE OLHOS BEM ABERTOS
Música e Letra: Ricardo Caulfield
Em sua mente a minha morte vive, este é um plano que eu não tive, mas deve ser bom ouvir o som da minha voz agonizando
Refrão:
Eu quero ser assassinado (2x) por você, para aumentar o prazer, eu quero ser assassinado
Você quer ver e aprender, imensa dor, me decompor, lentamente eu derreter, minha alma desfazer
Refrão
Prazer e dor se confundem no dia-a-dia, hoje eu faço coisas que você jamais
faria
Tenho uma amiga que já tem 90 e se realiza com uma vela acesa
Todo fetiche tem um fantoche, mas o meu feitiço é mais forte
Eu quero ser assassinado!
2. Paraíso
PARAÍSO
Música e Letra: Ricardo Caulfield
Eu não quero ir para o paraíso, admirar o que não acredito
Quero ficar no planeta terra, eu acho linda esta guerra
Este lugar está contaminado, é um mundo condenado
Competição é o processo, demolição se chama progresso
3. Eu Defendo a Lei
EU DEFENDO A LEI
Música: Márcio Bukowski, Ricardo Caulfield / Letra: Ricardo Caulfield
Pra proteger a comunidade
E sustentar minha família
Na flor da idade
Ingressei na polícia
Este mundo é um caos
Sou violento, eu sei
Mas o que faço de mal
É pra defender a lei
Se eu tiver que advertir alguém, eu advertirei
Se eu tiver que humilhar, eu humilharei
Se eu tiver que agredir, eu agredirei
Se eu tiver que massacrar, eu massacrarei
A lei não conhece limites
Você não espera que eu distribua convites
Chamando para participar da minha blitz
Só de pensar em te revistar, abre o meu apetite!
Um bando de jovens é sempre suspeito
Algo está errado ou algo já foi feito
Se o crime for pesado, eu levo pra prisão
Mas se for bobagem, podem molhar a minha mão
É fácil chegar, difícil encontrar, fácil falar, difícil convencer
É Fácil machucar e muito mais fácil matar
É fácil matar, é fácil ignorar as suas preces
Quem não mata, fere
Quem não mata, fere
Ele se veste realmente muito mal
Ou é mendigo, ou intelectual
Anda sozinho, falando pelos cantos
Ou está drogado, ou conversa com os anjos
Refrão
4. Crime Perfeito
CRIME PERFEITO
Música e Letra: Ricardo Caulfield
A face mágica do assassino
Trator perfeito do destino
Encerrando assim o fim e o começo
Da morte, da sorte, do esquecimento
REFRÃO:
Ver sangrar o chão é comum
Infeliz ou imortal, somente um
Vai sentir ávida de desejo a faca, a arma, a carne
A face brilha, o espírito espelha desastre, massacre
A centelha queima
Metáfora obscura do capitalismo
Repleta de lugares comuns e perigo
Maculando o tempo e o espaço
Com desespero, desânimo e cansaço
REFRÃO
A arte em parte de construir a morte
Incoerência amarga dos gritos
Alarme para o assassino
Hora de se retirar
5. Olhos Vermelhos
OLHOS VERMELHOS
Música: Márcio Bukowski, Ricardo Caulfield / Letra: Ricardo Caulfield
Meus olhos vermelhos, meus vazos romperam
Minha alma fugiu!
Descobri novidades, injetei liberdade
Mastiguei o Brasil!
Se eu sonhar com você, me acorde e ofenda
Chega de alimentar minha alma com uma venda
Chega!!!
Quando fecho os olhos, você não existe
Mas se os abro, lá está: meu karma, sua imagem
Sua vida, uma bobagem
Quero decifrar você, insaciável enigma!
porque é simultâneo: descobrir e reconhecer!
Engolir o seu vômito
é este o meu ônus!
Quem vive de jurar, paga juros à vista!
Se eu sonhar com você, me acorde e ofenda
Chega de alimentar minha alma com uma venda
Chega!!!
Quando encosto a porta desescuto os seus passos
Mas lá fora lá está: sua vida, um desastre
Os olhos em toda parte
Quero decifrar você, insaciável enigma!
porque é simultâneo: descobrir e reconhecer!
Fogo!Fogo!Fogo!
Quero queimar no inferno do seu ventre!
Beber o vinho no pergaminho da sua língua!
Acender a chama do seu amor até me tornar
... carvão sem vida!
6. Medo
MEDO
Música: Márcio Bukowski, Ricardo Caulfield / Letra: Ricardo Caulfield
As ruas estão desertas, há gente com medo
Crianças espertas quando saem voltam cedo
O futuro é chiclete e o pânico gruda
Ditam as leis e isto não muda
Que tal o fascínio da escuridão?
Você diz não, acenando a mão,
Mas não estou falando com você!
Se liga, mermão!
Pânico e prostração
7. A Viagem
A VIAGEM
Música: Ricardo Caulfield / Letra: Ricardo Caulfield, Edivaldo Gomes Azevedo, Leonardo Carneiro
A viagem que eu tenho pela frente
É pelo mundo das coisas
Falando e ouvindo
Sendo e sentindo
Vendo e vivendo
Voando e sorrindo
O moderno é viajar e não querer mais parar
Pelo caminho das larvas no pântano da fumaça
Refrão
8. Quem Vive de Juras
QUEM VIVE DE JURAS
Música: Márcio Bukowski, Ricardo Caulfield / Letra: Ricardo Caulfield
Queria que ela morresse ou que alguém a matasse
queria que ela se suicidasse!
Queria que ela sumisse, que ela partisse
e jamais retornasse
Não quero jamais, nunca mais (de novo)
ouvir falar seu nome!
Eu me sinto confuso, talvez meu pensamento difuso
não se faça compreender
Não quero agonia e dor, seja lá o que for
nada de mal para você
Não entenda errado o que foi nosso fim
Terminamos porque aprendi a gostar mais de mim
Queria que ela explodisse ou que murchasse
queria que ela desencarnasse!
Queria que o sol a derretesse, que o mar a afogasse
que ela desmaterializasse!
Não quero jamais, nunca mais, (de novo)
ouvir falar seu nome!
Mentiras fazem parte da vida!
Fraqueza tem o mesmo “f” de fibra
A sujeira escorre pelos canos da felicidade
Sobreviver é matar a sensibilidade!
9. Verde e Amarelo
VERDE E AMARELO
Música: Márcio Bukowski, Ricardo Caulfield / Letra: Ricardo Caulfield
Ele matou a própria família
Dizimou, esquartejou
E fez uma sopa com os restos
Os móveis ficaram impregnados de sangue
O tapete vermelho como o inferno
A polícia chegou e aplaudiu
Ela tem que reconhecer que é preciso aprender
Para conseguir uma violência igual
Ou pelo menos, do mesmo grau
Após o assassinato, o autor
Escapou bêbado e alucinado
Orgulhoso de seus atos
Ele foi procurar um cargo de síndico
Em algum edifício pintado de verde e amarelo!
Verde e amarelo!
10. A Realidade é...
A REALIDADE É
Música e Letra: Ricardo Caulfield
Você precisa aceitar
Você não quer entender
Você precisa sobreviver!
Quando o tempo fecha,
Você é ágil e se apega,
Mas ignora que a faca é cega,
Não poupa ninguém
Sorria seguro, amanhã não haverá futuro
A linha se tornou um muro
Nenhuma religião trará a salvação
Você precisa do remédio agora
Acostume-se a contar as horas!
O que é mais doloroso:
Morrer lentamente,
Ou ver seus protetores
Pais, padres e professores
Morrerem despedaçando-se?
Todas as suas crenças estão se desintegrando
Sua vida é uma página em branco
Você se sente vazio, sem alma
Agora em um mato sem cachorro
Você é filho do mundo.
Cheio de culpas e receios,
Você procura um meio de se esconder!
11. Tudo o Que Existe
TUDO O QUE EXISTE
Música: Márcio Bukowski, Ricardo Caulfield / Letra: Ricardo Caulfield
Eu me sinto mal
Meu corpo podre
Uma doença mental
Um demônio morto
O mundo é um esgoto
O fim é uma porta de entrada
Ouçam-me gritar, é difícil acreditar
No que a decadência e degenerescência possam fazer
Nada mais forte do que o meu sofrer!
O que eu procuro não existe: esperança!
Vingança...seria a motivação!
Os hipócritas estão certos
Estão vivos e são mais espertos
Como me iludiram enquanto vivi
As coisas boas passaram
Eu não as vi, elas não existiram para mim!
As coisas boas não existiram para mim!
12. Ambição
AMBIÇÃO
Música e Letra: Ricardo Caulfield
Certos dias você se sente velho, sendo moço
Às vezes, você se sente cansado, sem ter feito esforço
Sente-se como uma mentira em fase terminal
Que se arrasta faminta ao lodaçal
Todo seu cansaço é como um sonho de um morto
Sua respiração é um complô contra o corpo
Você esperava que seu cérebro explodisse
E os pedaços a todos atingissem
Mas ele se dissolve feito geléia, morte patética, sem platéia
Você nasceu sem vida
Sua morte é frígida
Você morreu em dívida
Não conosco, porque nós...
Nós não tínhamos expectativas!
13. Homem em Fascículos
HOMEM EM FASCÍCULOS
Música e Letra: Ricardo Caulfield
Daqui a mil anos, a humanidade perfeita
A realização de todas necessidades insatisfeitas
Seres iguais, mentes coesas
Apóstolos da paz, porém fáceis presas do conformismo
Homens em fascículos
Move-se em círculos
Evita os perigos
Tapando os abismos
Prisão em vida
Vida sem visão
Máquina de tortura ou diversão?
Televisão!
14. Destruir
DESTRUIR
Música e Letra: Ricardo Caulfield
Sábado sem graça
Domingo de raiva
Esta vida amarga
A doença que não sara
Nesta cidade você é um invasor
Será explorado, seja como for
Por mais que vc grite
Ninguém vai te salvar
Se pedir ajuda, ajudam a te matar
É sempre assim, nunca chega ao fim
Esta minha vontade de destruí
Eu quero destruí
Eu vou destruir
Que tal a gente se unir para destruir?
15. Oração Para os Invejosos
ORAÇÃO PARA OS INVEJOSOS
Música: Márcio Bukowski, Ricardo Caulfield / Letra: Ricardo Caulfield
Tanta gente entra, tanta gente sai
Nunca é tarde demais
Este é um mundo particular,
Muitos precisam, mas poucos sabem dar
Ser gente não é o suficiente para não ser devorado
Aos invejosos, eu desejo amor,
Se precisarem de um amigo, eu estou ao dispor
Ao invejoso, eu desejo carinho
Por tentar, em vão, brilhar sozinho
REFRÃO:
As luzes estão acesas, há lugar nas mesas
Não faltam alimentos, não é um mundo pequeno
Ao invejoso, eu recomendo estudo
Para afastar a cegueira que tornou seu coração surdo
Talvez fome e frio ensinem a vocês o valor de um amigo
Refrão
O homem no banco da praça viu incêndio, doença e paixão
A vida para ele não tem graça...palavras têm mais imaginação
Senhor abre as asas sobre a dor, a mentira, inércia
O egoísmo, a raiva e a inveja
Permita que as nuvens levem para longe toda a minha saudade
E que seja o céu o melhor cartão-postal quando eu pensar em liberdade
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